Sunday, December 12, 2004

a guerra do medo


a guerra dos mundos...
Posted by Hello

em 1938 orson wells narrou, em um programa de rádio em nova iorque, a invasão de marcianos na terra. a narrativa era a dramatização do livro “a guerra dos mundos” de herbert george wells, um dos maiores escritores de ficção científica do século xx. a dramatização, entretanto foi a cobertura jornalística do acontecimento. e foi de um realismo impertinente [bem coisa do wells. q na minha opinião é brilhante!], levando muitas pessoas acreditar mesmo nessa “visita” extraterrestre.

o pânico tomou conta de milhares que ouviam o rádio. uma onda de fugas varreu a costa leste dos eua naquela noite. antevisão de coisas horríveis. medo. a locução acabou levando até ao suicídio alguns ouvintes. os mais apavorados preferiram morrer, do que saber o final dessa história horripilante.

o que aconteceu há quase setenta anos retrata uma condição da alma humana, o medo do desconhecido. tudo que é novo gera desconforto. o tamanho da aflição e a reação diante dessas situações é o que diferencia as pessoas.

adrenalina é a energia de muitos. enquanto para outros, esse sentimento é abominável. paralisia. medo do movimento.

o motivo de tanto temor deve ser preço a pagar. a renúncia do estabelecido, e a escolha daquele, dentre muitos caminhos, vamos nos meter. a escolha significa decisão, deixar algo para trás, e muitas possibilidades de lado. nesse momento é q o medo apavora. medo de decidir errado. pânico pelo q vamos encontrar pela frente, saber se 'bom ou ruim', se o passo era mais pra frente ou mais pro lado, mas qual o lado mesmo? se pudéssemos prever onde nossas escolhas nos levam, tudo que encontraremos pela frente, todas as coisas boas e más, a opção seria fácil.

arrisco aqui uma posição meio temerária, o caminho errado não existe. viver é provar, mais que medir, é perder-se, mais que privar-se, é encantar-se. o final da história é o mesmo para todos. mas o resto do roteiro é nosso. nós escrevemos. [sartrianamente falando, 'estamos condenados à liberdade', ainda q eu não concorde q isso seja mais uma tortura q uma dádiva.]

esse texto eu escrevi há bastante tempo. numa zona de conforto, o q o tornava muito cínico. pq o medo não era meu. era sobre a condição de um amigo, imóvel. a mudança implorava não pela minha vida. fácil demais julgar a imobilidade dos outros. hj o texto me parece mais adequado. mais sincero.

e, ainda q as rédeas da mudança não estejam bem comigo, aos poucos eu estou dominando o animal. me sinto mais jovem, qdo eu tomava conta, muito mais bravamente, dessas coisas. numa tradução bem direta: tudo bem, não fui eu q escolhi, mas nem pensar em sentir-se vítima do mundo. go ahead! adelante!

[pode parecer banal estar sem o teu trabalho, assim de repente. mas pra quem o levava tão importantemente é uma puxada de tapete. e q gera toda essa masturbação mental... sorry, meu último post sobre o assunto... sobre isso, li algo apropriado no blog da irmã de uma amiga q é amiga de uma amiga q conhece o pato [!!!] [http://www.trans-z.blogspot.com] despierta: ¡dedícate a tí, no a tu empresa! coisa maios pertinente numa hora dessas não!!?? leiam mais lá.]

ah uma coisa q ouvi e achei sensacional [poema da natália correa – senhores, sou um poeta!] :
ó sub-alimentados do sonho
a poesia
é pra comer!

wells... trabalhando...
Posted by Hello