Saturday, December 15, 2007

crémaillère *

o condomínio é dos mais bem frequentados, o que deixa, essa que vos fala, pra lá honrada e toda prosa !

estamos recebendo visitas na NOVA CASA, embora o bazar ainda esteja meio bazar. os gatos ainda nem encontraram seus cantos, e rebatizamos o empreendimento; projeto e execução do síndico: tiagón, pra quem, agora, eu preciso enviar uma réplica do zeppelin em tamanho natural à título de agradecimento...!

façam como chez vous !
ah, os vizinhos são amistosos e recebem muitímo bem.

* algo como : ‘festejar a nova casa’

Thursday, December 13, 2007

pormenores

me assalta uma necessidade de falar de calcinhas.
o primeiro e mais abundante tipo, aqui na frança, é a calcinha-latifúndio.
latifúndio é calcinha de vó. e, a julgar pela oferta no comércio, o uso não se restringe às senhôuras em idade mais avançada que já superaram as fraquezas da carne. francamente, não dá...

depois, tem aquilo que, segundo meu marido, não se chama de calcinha, de jeito nehum, é sem-vergonhice. essas costumam ser bem bonitas, mas o tamanho me intriga. em geral, são pequeníssimas derrière, mas muito bem comportadas na chegada. ou seja, o modelo, a cor, o tecido são pra sedução, é, invariavelmente, um fio-dental, mas, na frente, um negócio gigantesco, horroroso.


essa, da foto, é uma calcinha de alta costura que custa apenasmente 295 euros; certamente não estaria na minha cesta de compras.

é o que se encontra correntemente. claro, é possivel encontrar sem-vergonhices-absolutamente-micrométricas, mais conhecidas como coisas-do-demo. mas, tem que bem procurar. bem recompensado, você será!

o problema é que eu não vejo por aqui nossas clássicas calcinhas-tanguinhas. naquele tamanhinho exato pro consumo interno e mega-versátil. 1.) não faz feio se você “precisar” se despir. 2.) e, ainda, é de um tamanho compatível para o detestável período das regras e seus adereços, mais detestáveis ainda.

ainda... elaboro, mas creio, possível e provavelmente, tenha a ver com hábitos em relação à cabeleira pubiana. a depilação francesa mais ousada se chama maillot brésillien. fui conferir: "mas no que consiste, exatamente? mas peraí, eu venho do brasil!" as francesas só riam... enquanto eu morria de saudade da irene - minha santa depiladora.
no fim, a interpretaçao do "brasileiro" é variada, e o serviço custa la peau des fesses - a pele da bunda.

próxima pauta: os absorventes franceses, que não são os mesmos do tempo em que incomodada ficava a sua vó, apenas porque são descartáveis. inveja do tico.

Tuesday, December 11, 2007

meu breve instante tumeleiro

depois de três anos com aquele template azulão básico do blogger, fiz uma reforma na casa. e foi aquele artesanato bárbaro, porque sei tanto de programação quanto de tricô e crochê.
e ela ficou bem bonitinha.

aí, o tiagón, cabeça pensante nessa rede e tal, que me ensinou a assinar o feed (!), e a cada visita chez lui, me faz pensar que a blogosfera é um cidade aprazível, me convidou pra morar no condomínio verbeat!

e eu fiquei toda contente e toda prosa, que a vizinhança é lôca de boa, e quanta honra e tudo mais.
estarei deixando a casa em breve...!

Monday, December 10, 2007

a rosa

acabei de ler "primeiras estórias", do guimarães rosa.

duas coisas.
a primeira e óbvia: fico imaginando as tentativas de assassinato sofridas pelo estilo sertanejo-húngaro-em-latim-oral-impresso, por parte de seus revisores.
segundamente, não nego que me alivia a corrente desnecessidade de re-inventar a prosa.

e junto uma terceira metida coisa: o artesanato do verbo é latente, a leitura exige. mas, o que faz diferença, é um risco-fadiga-meritório.

Thursday, December 06, 2007

“Officiellement mon cher Pimenta, tu n’as rien vu”, disse-me Agache após ter feito passar ante meus olhos todos os desenhos, projectos, perspectivas e maquettes, de cujo emmaranhado surge, pouco a pouco, a visão maravilhosa do Rio de Janeiro de amanhã.

Indubitavelmente o plano geral de transformação e desenvolvimento de nossa cidade (...) constituirá um forte e nobre élo entre a geração de hoje e as gerações vindouras, encadeando os sentimentos da nacionalidade, desenvolvendo a consciencia social do povo, fortalecendo enfim a alma brasileira.
Indiscutivel, (...) facil e prever o alento novo que aqui receberá a raça e as fortes e elevadas affirmações de valor que aqui ella dará.

A confiança que o povo brasileiro tem no porvir não nasce portanto da fantasia ou do sentimentalismo senão que se alicerça na razão, nos factos, nos ensinamentos da Historia, na analyse do passado.


um único e solitário neurônio dá conta. algo não saiu conforme o planejado. com o rio de janeiro e com o alento novo, alicerçado na razão, no ensinamento dos fatos e da história e na análise do passado.

essa é a edição do dia 10 de novembro de 1928 da revista, que revolucionou o conceito de revista no brasil, capiteaneada pelo enlouquecido, visionário e tirano: assis chateubriand.
fora o português sáurico que já é um achado (porvir, por exemplo, é uma palavra morta, o que é uma pena, porque é muito útil; já emmaranhado com dois 'emes' é uma tranqueira), no mesmo número, a Éra das Forças Hydraulicas é uma crônica de onde estaríamos nos anos 2000. ler 80 anos retrospectivamente não deixa de ser interessante. especulações sobre a matriz energética, e alguns respingos na organização social. desigual ainda, mas a fome teria sido extinta nos anos 2000.

eu tinha certeza de que viveríamos como os jetsons. pille, exatamente na virada. claro, passar roupa seria atirar camisas dentro de uma máquina... mas isso é do tempo que um aparelho de fac-símilie era do tamanho de uma geladeira e a humanidade era otimista.
algo deu errado, não resisto à idéia de que viemos parar dentro dum filme de jacques tati. mon oncle, claro.

Wednesday, December 05, 2007

tortuosos são os caminhos do senhor

suba até a igreja do nosso senhor do bom fim, ou todas as escadarias da sacre coeur pra ver se não. claro que é premeditado. domingo fiz como reza a cartilha, subi até o monte fourvière, pra ver a basílica de notre damme, no alto da cidade de lyon.

subi as escadarias estreitas da velha lyon, o caminho íngreme até os jardins, e a trilha em zigue-zague ascendente rumo ao céu. a princípio, pensei, pagaria os pecados, se os tivesse. no meio do caminho me assaltou a dúvida, se comer a 8 euros, receber 12 da faculdade, e embolsar 4 euros, se constituiria um pecado...

antes de concluir, cheguei no alto. a igreja é uma falsa construção bizantina – essa colei do meu guia, bem impressionante mesmo. mesmo, as igrejas são feitas pra impressionar. mas depois de córdoba e toledo, o parâmetro fica meio ridículo, mesmo. os padres se superaram lá. a primeira, pela violência, uma catedral com colunas árabes, adeus à maior mesquita construída no sul da espanha, uma aberração arquitetônica emblemática. a segunda, pela beleza gótica, assombrada por gárgulas e torres infinitas.

a vantagem da basílica de fourvière: os telhados de lyon a seus pés e a vista da cidade inteira guardada, ao fundo, pelos alpes, requinte de crueldade: nevados.
pior, a vizinhança: dois anfiteatros romanos, um deles o mais antigo contruído na frança, no ano 15.000 a.c.

pelo sim, pelo não, como estava sem mapa, só rezei pra não me perder nos traboulles – passagens secretas que atravessam quarteirões, e saem... só deus sabe onde.

Friday, November 30, 2007

convite: contos de algibeira - lançamento

é o novo lançamento da casa verde, e o terceiro da série lilliput. eu podia começar com o óbvio "quanto menor o frasco"... nos economizo... pois, se são mini-contos, temos mega-escritores. quantia e excelência - eles vão dominar o mundo, não tenho dúvida.
eu desejo sucesso de público, vendas, crítica, resenha em todos os bons jornais (?!?), todos os louros e a glória literária pra vocês - exceto os chás semanais da academia, 107 cadeiras a mais, convenhamos...

os envolvidos:
DESIGN E CAPA: Auracebio Pereira
APRESENTAÇÃO: Ruy Carlos Ostermann
REVISÃO: Luiz Antonio de Assis Brasil, Valesca de Assis (textos portugueses) e Luís Augusto Junges Lopes
ORGANIZAÇÃO: Laís Chaffe

os escritores:
Adrienne Myrtes, Álamo Oliveira, Alexandre Borges, Alexandre Guardiola, Altair Martins, Ana Baggio, Ana Mendes, Ana Ramalhete, Ana Saramago, Andréa Del Fuego, A ngela Schnoor, Aurora Silva, Berenice Sica Lamas, Caco Belmonte, Caio Riter, Carlos Gerbase, Carlos Seabra, Carlos Tomé, Celia Maria Maciel, Celso Gutfreind, Christina Dias, Cíntia Moscovich, Claudia Tajes, Claudio Parreira, Cleci Silveira, Clelia Bortolini, Daniel de Sá, Daniel Rocha, Edson Cruz, Fabrício Carpinejar, Fernando Bonassi, Fernando Gomes, Fernando Neubarth, Fernando Rozano, Filipe Bortolini, Frederico Alberti, Gonçalo M. Tavares, Henrique Manuel Bento Fialho, Hugo Rosa, Índigo, Ivana Arruda Leite, Ivette Brandalise, Jaime Cimenti, Jaime Vaz Brasil, Jane Tutikian, Jeová Santana, João Carlos Silva, João Pedro Mésseder, João Ventura, Joel Neto, José Bandeira, José Eduardo Degrazia, Laís Chaffe, Leonardo Brasiliense, Leozito Coelho, Livia Garcia-Roza, Lourenço Cazarré, Luciana Penna, Luciana Veiga, Luís Dill, Luis Ene, Luiz Antonio de Assis Brasil, Luiz Arraes, Luiz Paulo Faccioli, manuel a. domingos, Marcelino Freire, Marcelo Spalding, Maria Helena Weber, Maria João Lopes Fernandes, Mário Calado Pedro, Mario Pirata, Marô Barbieri, Milena Fischer, Monique Revillion, Nelson de Oliveira, Nilto Maciel, Nuno Camarneiro, Nuno Costa Santos, Paulo Bentancur, Paulo Kellerman, Paulo Rodrigues Ferreira, Pedro Coelho, Pedro Maciel, Pedro Salgueiro, Rafael Mota Miranda, Raquel Grabauska, Ray Silveira, Ricardo Silvestrin, Rinaldo de Fernandes, Rita Cunha Travassos, Rubem Penz, Rui Costa, Rui Manuel Amaral, Rui Zink, Rute Mota, Samir Mesquita, Sara Monteiro, Silvio Fiorani, Sérgio Capparelli, Sergio Napp, Tailor Diniz, Valesca de Assis, Vasco M. Barreto, Walter Galvani, Wilson Bueno, Wilson Gorj, Zezé Pina.

o evento:
QUEM: 107 autores
QUANDO: 1º de dezembro de 2007, sábado, a partir das 18h30min
ONDE: Alameda dos Escritores do Shopping Total (Cristóvão Colombo, 545)
QUANTO: R$ 20,00