Saturday, June 04, 2005

humildade é o postulado dos vagabundos

suave né?
mas não é meu, vejam bem, é do goethe. coisa q nietzsche levou para sempre, e sempre a sério: “a humildade é (boa) para os vermes”.

vejamos mais de perto. o postulado não é de todo apenas egocêntrico. é egocêntrico com certeza, é nietzsche, são sinônimos. mas é mais q isso. aplico em mim mesma...

eu me escondo na humildade sim. é útil. antes de falarem o qto vc é estúpido, vc já vai logo adiantando a estupidez. poupa a língua do observador e o seu ouvido de uma coisa sinceramente desagradável [tem coisa bem mais agradável pra fazer c a língua e o ouvido, não necessariamente juntos, mas tb, e em qqer ordem]. e ainda faz render dividendos, uma simpatia aqui e um deixa disso, não é bem assim e tal. enfim, coisa muito cínica mesmo. ou uma proteção.

eu sempre acho q pouco fiz, pq tenho um péssimo hábito, complexo de inferioridade. e qual a melhor maneira de não admitir q fiquei vagabundeando ao invés de fazer alguma coisa q preste? assumir a vadiagem não é boa estratégia. então vc já vai se desculpando pelo pouquinho. é uma hipocrisia. ou não é?

mas como isso não é um exercício de humildade, não passei vegetando. eu não vegeto. nunca. se eu não entendo mais de economia, foi pq eu não estudei. o mesmo vale para música, filosofia, história, linguagem, arte, cinema e bolsa de valores. isso sem falar do qto eu não sei de veterinária. eu devia ter lido mais [está tudo nos livros, me fala um amigo sempre e sempre], e lido antes.

a questão é, nem tudo q eu li, vi, aprendi, observei, conversei, bebi, é funcional, grosso modo. mas de perto ninguém é normal. quero dizer, dostoesvski, fitzgerald, kawabata, quiroga, mafalda, veríssimo, rubem fonseca, kafka, asterix, fante, e até paulo coelho, estão, estiveram e sempre estarão na cabeceira. [até o paulo coelho? não, prazo de validade vencido. mas tb não garanto nada... não li onze minutos, mas seria capaz. li verônika decide morrer. e gostei. desculpa, não sou edificante por completo. humildade onde está vc?]

isso sem falar das pessoas, q tomam o meu tempo, q chegam, passam, ficam, vão - saudade de quem ta longe... todos q abriram a calota do meu cérebro, c motossera, as vezes. tudo isso toma tempo e não é nada útil no entendimento da profundidade dos pontos de interrogação, da décima primeira dimensão, dos super pranas e das películas do stanley kubrick e do bergmann... não??? MAS É CLARO Q SÃO...!

e pensando bem, tempo, tempo eu nunca perdi. acho salutar o ócio. mas creio q meu organismo fumante e alcoolizado e rebelde e neurótico ainda não está preparado para tanto. [o ócio criativo... pelo menos é criativo, disso eu gosto.] ontem mesmo um amigo perguntou se eu, sabendo o q eu sei hj, faria veterinária. claro q sim. eu faria TUDO de novo. todas as cicatrizes importam pra mim.

conclusão... isso não é um paper e eu não vou concluir. até pq eu to começando a me achar sabida. perigoso. vou estudar, pra cair na real, a q eu não devia ter ficado aqui escrevendo coisas cretinas ao invés de ir entender o ignácio rangel, o mario possas, o hayami e o ruttan de uma vez por todas... e medir qto mesmo falta pra eu ficar sabida, un peux sabida pelo menos...! pq, afinal de contas, humilde acho q não, mas realista, oui mes amis!

3 comments:

Anonymous said...

Legal esse post, não sei porque me identifiquei com ele (talvez porque quero passar uma imagem de vagabundo sem ser...). De resto, não se estressa, o tempo é algo difícil de compreender mesmo e o que fazemos dele mais ainda. Curta esse outono diferente de todos os outros que já vi (frio e depois calor, não estou acostumado)... Ou como disse Verlaine, melancolicamente:

Le sanglots longs
des violons
de l´automne
blessent mon coeur
d´ une langueur
monotone

Anonymous said...

Me pediram o endereço do seu blog.
Posso passar?

Erick said...

Dahora bela analise.