Wednesday, June 28, 2006

oui, je suis vétérinaire. mas tudo tem limite!

agora a minha vizinha me chama de doutora, porque descobriu que sou veterinária. nem adianta explicar q eu ainda nem terminei o mestrado. bem, se a faz feliz. ao menos, pra meu alívio, o único cão que existe no edifício é pra lá de bem cuidado, fofo até mais não poder. resumindo: a probabilidade de solicitarem meus préstimos médicos é quase igual a nenhuma.

quando isso acontece, duas opções: consultar o menu sortido em busca das pastas que atendem pelas rubricas: etiologia, semiologia clínica, sintomatologia e farmacopéia, bem guardadas em algum arquivo moribundo – pode-se complementar sem medo de errar: em fase terminal - do meu cérebro; ou simplesmente recomendar uma consulta ao veterinário. mas tu não é veterinária?

sim...
não é elementar explicar que a disciplina chamada ‘medicina de cães e gatos’, um martírio de 12 créditos no oitavo semestre, foi comparável a uma tortura chinesa com requintes de crueldade, exceto pelos 4 créditos de cirurgia

mas o q se aprende em um ano de plantão no hospital veterinário? milhares de coisas. das mais úteis, pode-se destacar: assar um churrasco decentemente sem qualquer auxílio do macharedo – exceto na hora do ‘ataque’, à comida, bem claro; pedir truco no testa – e levar! com um seis de paus na mão; vetar sem apelação ‘mortandela’ [sic] e ‘fantasia’ da lista comunitária do supermercado, etc. etc.

por partes: primordialmente, em um grupo de 10, minhas funções básicas no plantão eram: cozinhar, levar os cachorros pra passear – de preferência os são bernardos e afins. pinchter, nem me viu; e participar dos atendimentos cirúrgicos de qualquer natureza, em qualquer horário.

veterinariamente falando, inclua lavagens intestinais em cavalos com cólica – por que entopem os cavalos com milho, eu não consigo atribuir a outro q não seja estupidez; cesarianas em vacas ‘trancadas’ – por que cobrem vacas minúsculas com touros imensos é outro dos mistérios gozosos; ser ama seca de terneiro – e descobrir q eles precisam mamar nos meus dedos, porque a criança nasce inapelavelmente com o reflexo da sucção. tudo bom...

mas esses atendimentos não faziam parte da casuística cotidiana, visto q moramos na capital da província. às vezes chegava uma cabra ou uma vaca dentro de uma kombi, mas, convenhamos, quantas vezes tu emparelhou na sinaleira com um ruminante enfermo? portanto, a menos q tu tenha uma vaca prenhe em casa, esqueça.

2 comments:

bia said...

hahahahahahaha
fantasia foi o melhor!
ah, que saudades!

larissa bueno ambrosini said...

ai, eu tinha arrepios c aquela coisa... e tu c aquela sobrancelha assim ´` "ai, mas qual é o problema?!"
mas eram boas nossas madrugadas-ambiente-fumacento, jogando truco, pitando, tomando cachaça, e torcendo pra campanhia não tocar, tpm da fernanda - inferno, pipoca doce do maquiné - delícia, elisandro e carla - casal enxaqueca, greve no hospital - e nós no zelig!!!