Sunday, April 30, 2006

[...]3

delícia é...
assistir ná ozetti, o maestro cunha e a orquestra de câmara.
ir às lágrimas. só pelo som.
encontrar a helena, o giba assis brasil, comer banquete com a raquel e a preta.
chegar em casa-bagunça e escutar noir desir.

porque meu signo não é regular.
minha concha está aberta.

Wednesday, April 26, 2006

sobre a verdade verdadeira

assunto recorrente, imprensa.

em q pese, a patuléia - tomei do gaspari [ ! ], e o dines não se inclui na choldra - andar ocupada em arengas por um sujeito q não vale quanto pesa - vide observatório, diogo mainardi, franklin martins e alberto 'insuportavelmente' elegante e lúcido dines pra salvar a pátria - literalmente. algo pode-se salvar na era das luzes ofuscantes e cérebros carcomidos.

a verdade verdadeira, sinto, não existe. o q existe é uma tarefa solitária, construção individual, subjetividade criativa, libertária. em tempos de patrulha-direita-raivosa-patrulha-esquerda-ingênua, tal coloca-se como um probleminha extra pra quem tem o hábito de pensar.
minha utopia é wilde e guattari. um dia, quem sabe.

pra dar uma mãozinha:

Os blogs, como descritos em 1918
Verlyn Klinkenborg*

"Freqüentemente, recebo no computador uma lista dos novos livros acrescentados ao catálogo de obras online da Biblioteca da Universidade da Pensilvânia. Para mim essa é a versão de longa distância do tipo de pesca que fiz a maior parte da minha vida, vagando através das bibliotecas, fazendo descobertas acidentais nas prateleiras ao longo do caminho.

Porém, há um paradoxo aqui. Essa é uma biblioteca de alta tecnologia repleta de livros antigos. É verdade que, por causa das restrições impostas pelos direitos autorais, é raro encontrar uma publicação cuja data seja anterior a meados da década de 1920. Não conheço nenhum lugar no qual você possa sentir tão claramente a diferença entre as águas protegidas pelo direito autoral e o mar aberto do domínio público.

Na maioria das vezes, apenas dou uma passada de olhos nos títulos. Mas um dia desses me deparei com The Free Press ('A Imprensa Livre'), de Hilaire Belloc, publicado em 1918. Belloc, que morreu em 1953, está bem representado online. O Projeto Gutenberg já publicou dez de seus livros, o que parece muito até você considerar quantos livros ele publicou em sua vida - quase 150.

Belloc era versátil, firme em suas opiniões e não poupava esforços. Certa vez, assim resumiu sua filosofia sobre o ato de escrever: 'A arte toda consiste em escrever e escrever e escrever e depois oferecer para venda, exatamente como manteiga'.

The Free Press é um longo ensaio que examina a história do que Belloc chama de imprensa oficial na Inglaterra e o surgimento de imprensa livre rival, na forma de pequenos jornais, freqüentemente de vida curta.

A imprensa oficial, afirma Belloc, é centralizada e Capitalista (ele sempre escreveu Capitalista com inicial maiúscula) e seus proprietários são 'o verdadeiro poder governante no mecanismo político do Estado, superior ao das autoridades estatais, nomeando e demitindo ministros, impondo políticas e, em geral, usurpando a soberania - tudo isso de maneira secreta e sem responsabilidade'. O resultado 'é que a massa dos ingleses parou de ter ou até mesmo de esperar informações sobre a maneira como são governados'.

É uma delicada tarefa histórica transplantar o argumento de Belloc da época dele para a nossa. Talvez nada distancie tanto seu ensaio como a pressuposição de que os principais jornais moldavam o poder político da nação - que os políticos governavam com o consentimento tácito dos donos de jornais.

Nenhum jornal ou rede de TV da nossa era pode ocupar o lugar do conjunto dominante de jornais de lorde Northcliffe (1865- 1922, jornalista britânico nascido na Irlanda, o mais espetacular jornalista e editor de jornais da imprensa britânica. Fundou o Daily Mail em 1896 e o Daily Mirror em 1903), incluindo o The Times de Londres, que incorporava a idéia de Belloc de imprensa oficial. O equilíbrio de poder mudou e muitos dos ideais implícitos da imprensa livre ou independente, como Belloc a descreve, foram absorvidos por jornais modernos. Também não faltam jornais pequenos, opinativos e independentes que ele defendeu.

Mas ainda vale a pena ler The Free Press, pois descreve, com algumas importantes adaptações, a relação em evolução entre blogueiros políticos e a mídia da corrente central do pensamento nacional. A imprensa livre descrita por Belloc era uma horda de pequenos jornais altamente opinativos, às vezes propagandísticos, que surgiram em reação à 'imprensa oficial do Capitalismo'. Segundo Belloc, o que caracterizou a imprensa livre foi um 'particularismo discrepante'.

Como ele diz, 'a imprensa livre lhe dá a verdade, mas somente em seções desarticuladas, porque é discrepante e é particularista (para 'particularismo', Belloc oferece 'excentricidade' como sinônimo). Para chegar à verdade lendo os órgãos da imprensa livre, você precisa 'juntar tudo e anular uma declaração exagerada comparando-a com outra'.

Mas o que ele quer provar é que você pode chegar à verdade.

Há parágrafos inteiros no ensaio de Belloc nos quais se você substituir imprensa livre por blogs ficará surpreso com as semelhanças. Ele observa que os jornais da imprensa livre raramente se pagam e que muitas vezes tropeçam na 'informação imperfeita', simplesmente porque não é de interesse dos políticos falar com eles.

Eles tendem a pregar para os convertidos. E são limitados pela visão do seu fundador. 'É difícil', escreve Belloc, 'ver de que forma alguns dos jornais que mencionei vão sobreviver muito tempo à perda de seu atual editor'.

A intenção de Belloc não é trazer à luz as limitações dos blogueiros - perdoe-me, da imprensa livre. É mostrar como, por mais imperfeitos que sejam, eles podem contribuir enormemente para nossa capacidade de conhecer o que está acontecendo. Qualquer pessoa que passa muito tempo lendo blogs políticos detectará uma nota familiar - numa prosa muito melhor - entre as certezas de Belloc. Em resumo, ele escreve como um blogueiro do seu tempo.
*Jornalista do 'New York Times'"

Monday, April 24, 2006

trágico

faroeste não é meu gênero preferido. mas obra de arte é obra de arte. se vê.

moleza boa, caminha fofa, mulher inteira, e tv só pra pegar no sono. por acaso, passei pela tv 2-guaíba. não tinha idéia do q estava assistindo, mas em uma cena, tive certeza de ser um dos 'grandes' como diz mon cher ami.

planos abertos, típico de faroeste. panorâmicas contra-pontuadas com super closep-ups, os olhos de henri fonda e charles bronson. uma música tão tristemente tragicamente dramaticamente assim pungente, q morte não é coisa corriqueira. mesmo em um faroeste, e mais ainda, tendo charles bronson atrás do gatilho. nada disso. carga dramática operística pontuada com muita, mas muita classe, pelo olhar glacial de bronson. de arrepiar. o motivo se nos apresenta ao final. um puta filme.



enfim...
trágico é c'era una volta il west. charles bronson, claudia cardinalle e henri fonda. em circunstância. a dança da morte de sergio leone.
r e c o m e n d o.

Friday, April 21, 2006

da desnecessidade de escrever

trechos de polzonoff.
não é novo o q ele diz, cortázar já se justificou pela necessidade, premente, com amargura, muita.

e hj 'todo mundo' escreve... inclusive eu - embuste, não me iludo. mesmo.
talvez vivamos um obscurantismo às avessas. informação 'de mais' e 'de menos', inutilidades e obviedades. se nada tem a dizer, duas opções: fique calado, ou vire colunista da zh, publique livros, figure na lista dos mais vendidos. algo há errado - comigo, claro.

"Pela primeira vez em anos estou me sentindo confortável com o fato de não estar escrevendo ficção. Acho que entendi o hiato: ele é fruto da desnecessidade. Para ser um escritor é preciso cumprir dois requisitos. Um é trabalho, sem o qual a obra será para sempre um rascunho. O outro é a necessidade. [...]

A vida tem caminhos e descaminhos e eu nunca tive medo de trilhá-los. Andei por pontes caindo aos pedaços, sobre precipícios sem fundo; andei por desertos e por florestas densas, onde a luz do sol não entrava; andei por crateras imensas e também sobre o topo das maiores montanhas. Vivi. E no percurso da vida acho que os manuscritos se perderam. Ainda bem.

Tenho uma relação muito tensa com o que escrevo. Mais tensa ainda com o que escrevi. [...]

Hoje eu olho à minha volta e o que vejo são poetas demais e escritores demais. São poucos, pouquíssimos, os que têm algo a dizer. Vou à livraria e as vejo abarrotadas de volumes que ninguém vai ler – simplesmente porque são desinteressantes ou escritos por gente que sabe compor uma frase, ainda que ela seja totalmente vazia de vida. Numa mente mais, como direi?, cheia de si, tal constatação poderia servir de estímulo. Como se eu batesse no peito e dissesse que seria diferente – e melhor. Mas não é assim que funciona.

Não sinto necessidade alguma de escrever. Até tenho histórias para contar, mas elas amadurecem num compartimento secreto da minha mente. Não as contarei até que as possa rechear de vida. Além disso, preciso encontrar na escrita a tal da obsessão, que se origina na necessidade. Enquanto eu continuar me sentando para escrever pensando no que será do meu almoço, nada serei senão um mero leitor. O que não é de todo mau."

por: polzonoff, q prepara ensaio sobre michel houellebecq...

Thursday, April 20, 2006

dialética. moi?

...

essa e essa são, em tese. aquela, mais a outra são, antítese.

síntese. donde estas???
donde estoy...?

Wednesday, April 12, 2006

a palavra

bem, bem, escrevo por demandas, as mais variadas.
pra entrar aqui e publicar, no entanto, a coisa anda espinhosa. outras demandas.

recebi um poema. o poema q veio com uma observação sobre comover-se com ‘a palavra’
.‘a palavra’ dita assim... imediatamente me trouxe à mente outro poema...

A palavra precisa lança o som à velocidade da luz
Onde nós e você
Dominamos o espaço
A imagem fala por si
E por mim
Portanto flutuaremos pelo avião
Como um par dançante
Perseguidos pelos olhares estrelados
De uma platéia atenta
É fundamental o texto

(Bernardo Vilhena)

A gagueira quase palavra
Quase aborta
A palavra quase silêncio
Quase transborda
O silêncio quase eco

A gagueira agora
O século eco

(Arnaldo Antunes)

Hoje só quero Ritmo.
Ritmo no falado e no escrito
Ritmo, veio-central da mina.
Ritmo, espinha dorsal do corpo e da mente.
Ritmo na espiral da fala e do poema.
Ritmo é o que mais quero pro meu dia dia.

(Waly Salomão)
Composição: Arnaldo Antunes / Bernardo Vilhena / Waly Salomão

ele sempre vem quando alguém fala ‘a palavra’ com boa ênfase.
sobre palavra e silêncio, o poema fala por nós.
é fundamental o texto.
mas o intertexto...
é como é: entre o ser o verbo, caminhos caminhos caminhos...

Tuesday, April 11, 2006

[...]

delícia é trabalhar até às duas e meia da tarde.
entre três e cinco, dividir-se entre um antepasto de beringela que se apronta no forno e um artigo científico que se apronta no computador.
e...
às seis da tarde, parar tudo pra comer bolo de laranja com manteiga e café de moka...!!!

au revoir...