Tuesday, September 12, 2006

atílio bergamini

me interrompo de afazeres porque acabo de ler algo que me interessou. muito. uma delicadeza. de um colega ‘oficineiro’. não q ler coisas q me interessem seja raro. pelo contrário, leio até bula de remédio. lista telefônica, acho chato. interações medicamentosas e farmacodinâmicas são divertidas.

percebo q a ressonância do texto me agrada mais agora, q sempre. teve tempo em q eu adorava os românticos malditos. eu sangrava também. queria escarlate. literariamente falando, sem nenhuma chancela, a não ser a de leitora, já me toca menos. sim, detesto parnasianismos sem intencionalidade. eu não acredito, simplesmente. literatura é provocação.

serve bem pingar tudo de sangue pra nos expiar a quem sofre. igual chorar. mas já acho o resultado, do texto, não do pranto, sofrível, evidente demais. coisa pra leitor preguiçoso. um leitor atento percebe cada palavra. e confere ao silêncio o mundo inteiro. o q não está dito ressoa na concisão.

enquanto eu... escuto dylan, q sangra fininho... trilha musical da minha última mudança. larguei o tarô, tirei ‘o louco’ outra vez. está, assim, bem arrematado. ‘o cavaleiro’ e ‘o louco’.
pela manhã, saio escorrendo herberto helder. tenho um pouco de medo. e quero tudo.

4 comments:

Anonymous said...

"serve bem pingar tudo de sangue pra nos expiar a quem sofre. igual chorar. mas já acho o resultado, do texto, não do pranto, sofrível, evidente demais. coisa pra leitor preguiçoso. um leitor atento percebe cada palavra. e confere ao silêncio o mundo inteiro. o q não está dito ressoa na concisão."

Larissa!
Se devo ou não, não interessa. Se sou digno ou não, também não importa. Mas, preciso te dizer que ler os teus textos neste blog é fascinante. Adoro teu estilo! Tu, além da dúvida, tens o dom... cabe a nós desfrutá-lo... :)

bjão
Ely

larissa bueno ambrosini said...

don ely!
quanto tempo...
como não deveria?!
muito obrigada... puxa, gentilíssimas tuas palavras!
acho q é isso mesmo, 'a dúvida'... muito mais q o dom.
saudade, 'minino'!
apareça pra um mate!
um bj!

André said...

Eu e Nietzsche concordamos contigo: "de tudo o que se escreve, amo somente aquilo que homem escreve com o próprio sangue".

larissa bueno ambrosini said...

sim, NÃO merecemos literatura cosmética. mesmo. mas, a hemorragia interna é a de morrer. sacou?

por isso, TCHEKOV...!