Monday, December 12, 2005

dor, prazer e solidão ou uma leitura perniciosa...

tinha q ler sobre democracia radical, bons e maus governos, política de aquisição de alimentos da agricultura familiar. acabei c/ a 'teoria do prazer, por um materialismo hedonista'.

claro, pq eu sou maior cdf li quase tudo + a 'teoria', q era pra relaxar, antes de prosseguir. mas me custou largar o livro.

[...] expõem uma idéia q me fez pensar. a dor e o prazer tem a particularidade de revelar uma condição. a solidão.

não consegui fechar questão. a dor é fato. a experiência da dor é solitária, ainda q vc tenha amparo. a dor profunda, física ou moral, aquela q te macera o coração, a alma, a vontade, é algo q ninguém pode 'tirar' de vc [mesmo q esteja cercado das melhores intenções]. enfim, a dor não é uma experiência compartilhada e tem mesma essa singularidade de mostrar pra vc q vc é vc e apenas vc nesse mundo...

por outro lado, o prazer, q nunca pensei nesses termos, pode te revelar só; mas é uma experiência plena de compartilhamento. mas essa potencialidade depende de que tipo de prazer está em questão. ouvir uma música é deleite solitário. ler rubem fonseca também.

mas o prazer sexual é uma dimensão diferente. ele pode te dar a exata medida da solidão em períodos prolongados de abstinência. terrivelmente terrível, mas óbvio. mas me ocorre pensar nessa solidão dentro do ato sexual, ou após.


a experiência do prazer, quando o encontro é profundo, o q não é comum [pelo contrário. o q é uma lástima], é essencialmente compartilhada. 'n' variáveis determinam q isso aconteça. mas a lógica q resume a idéia é: i.vc sente prazer, ii.vc proporciona prazer, iii.ver o outro sentir prazer, iv.aumenta aumenta o seu próprio prazer. muito resumidamente, pra mim, essa é a lógica do sexo, stritu sensu, bem feito. [tem outras componentes, o cheiro, o gosto, a pele, os olhos, o cérebro, e outras 'substâncias' mais... mas não é um tratado. paramos aqui.]

bom, mas, e isso talvez seja pernicioso, após o 'êxtase-auge-clímax-orgasmo-gozo', 'dois' são 'dois' novamente. e parecia tão melhor ficar assim sendo 'um'... bem, falo de bom sexo, perceber q 'um' é muito mais mágico-gostoso-delirante-sensacional, te faz dar uma tremenda importância pro outro...! dangerous...

Tuesday, December 06, 2005

a volta dos mortos vivos...

claro q não é sobre o filme.
... ser-me-ia de uma complicação fantástica retomar o fio da meada desse blog de uma forma mais ou menos decentemente coerente... retomo, não tão retomando... por várias razões, q enumero a seguir:

1. um relatório do período em off seria, no mínimo 'cacete' [palavrinha q 'aderi' ao vocabulário vinda de tcheckov! resume muito tudo!]
2. passei a maior parte esmagadora absoluta lendo. e isso inclui muitas coisas, até algumas q valeriam o comentário, mas q seria 'cacete' ficar escrevendo...
3. o tempo q não passei lendo, fiz coisas divertidas, interessantes, as quais não convém publicar. reputação... a minha já é uma coisa mais estragada do mundo, sem ninguém nem saber o q eu faço...
4. eu estou olhando pra um texto de um alemão q escreveu sobre o sistema mercantil e sua significância histórica, escrito em 1897, e q eu PRECISO ler... nada vai acontecer se eu não ler. mas eu quero quero quero = preciso!

o q vale a pena falar. fui assistir ontem 'flores partidas', novo do jim jarmusch. muito bom. o vizinho etíope e sua família são especiais!



aí eu me dei conta, mais q em outros tempos, da tarefa de escrever um roteiro. claro q não é elementar. é outra linguagem, a suspensão da realidade acontece num nível diferente, muito diferente da literatura, do teatro...
mas, e o mérito do filme é esse: hay q tener un rigor de ferro pra não deixar a coisa descambar. várias e várias deixas, eu ouvindo o diálogo piegas pronto na boca do bill murray.
mais non! jim jarmusch segue o decálogo do contista perfeito, do meu predileto quiroga, segura seus personagens e os conduz com mão de ferro pela sua história.